Um lustro, uma reflexão


           Dia do Químico, 18/06/1995. Nasce uma idéia. Outubro de 1995, a I Olimpíada Norte/Nordeste de Química é realizada com 367 estudantes inscritos. Agosto de 1996. Ressurge a Olimpíada Brasileira de Química, que na década anterior tivera vida efêmera. De lá para cá, decorrido um lustro, é possível vislumbrar efeitos altamente positivos na área de abrangência de sua atuação, do Norte ao Sul do País, mais de três mil escolas participaram neste evento.

           As formas de conduzir este trabalho são elaboradas nas Assembléias de Coordenadores Estaduais, realizadas, a cada ano, na data do encerramento do Evento. Nessas reuniões, busca-se a elaboração de estratégias operacionais que resultem numa melhor eficiência do processo. Idéias, mesmo oxidadas, são decapadas, reformuladas e transformadas em ações a serem aplicadas no período seguinte. É um trabalho coletivo, cujo sucesso se credita, integralmente, ao desprendido esforço e cota de sacrifício que cada um dos coordenadores estaduais oferece. Como resultado, alcançamos maior participação de estudantes, ampliando-se a cobertura nacional.

         O final deste lustro foi pródigo em novidades:

Brasil faz sua estréia, com estudantes, na International Chemistry Olympiad, e dá continuidade a sua participação nas Olimpíadas Ibero-americanas

         O ano 1999 ficou marcado em nossa história. Pela 1ª vez estudantes brasileiros, selecionados por mecanismos utilizados neste Projeto, participam da Olimpíada Internacional de Química. Em julho passado, Pedro Nóbrega, Ivan Mota, Thiago Ribeiro e Daniel Pimentel compuseram o histórico grupo que abriu caminho para futuras participações do nosso País na Olimpíada Internacional de Química, IChO. Juntaram-se a outros jovens de 57 nações, reunidos na cidade de Bangkok, para uma salutar disputa intelectual. Em setembro, em continuidade a nossa anual participação na Olimpíada Ibero-americana de Química, desta feita em Santiago de Compostela, Ivan Mota, Rômulo Almino, Joamara Ramos e Ticiano Oliveira, na qualidade de representantes desta Nação, foram, viram e venceram.

Primeiros exames laboratoriais são aplicados

          Paulatinas mudanças vêm sendo introduzidas nas formas de avaliação, culminando, neste ano, com a primeira tentativa de mensurar os aspectos cognitivos relativos aos conhecimentos de técnicas laboratoriais em Química. Oriunda de sugestão da Coordenadoria paulista e maturada durante uma série de consultas aos coordenadores, catalisou-se e sintetizou-se, na última Assembléia de Coordenadores, ocorrida em novembro/1998, uma fórmula de atender às circunstâncias da grandeza física do País. Aplicou-se, em março passado, o primeiro exame, constituído de um vídeo, com 16 minutos de duração, aplicado simultaneamente em 8 estados brasileiros. Este vídeo, produzido na Fundação Educacional Edson Queiroz, constituiu-se no primeiro ensaio, cujos resultados serão avaliados pelo Conselho de Coordenadores que se reunirá neste final de ano.

        O exame laboratorial continua sendo uma questão insolúvel. A fórmula discutida e posta em prática no início deste ano não nos pareceu o melhor caminho, porém o mais viável. Insistiremos nesta tecla, não para adestrar os estudantes que estarão presentes nas competições internacionais, mas, sobretudo, objetivando difundir esta prática nas escolas. Constituirá o principal tema a se discutir na Assembléia de coordenadores, convocada para 19.11.99.

Uma nova coordenadoria é instalada. A partir de 2000, Mato Grosso do Sul participa neste evento

        Formulamos boas-vindas aos amantes da Química no Estado de Mato Grosso do Sul, que, a partir do ano 2000, com o apoio do Colégio Militar de Campo Grande, farão parte desta família. O Estado do Mato Grosso do Sul é a 25ª unidade da Federação a integrar este Projeto, em cuja coordenadoria estará à frente o Prof. Jorge Melos.

Novo troféu, novo Olimpo

         Esgotado em sua galeria de campeões, constituída de 16 estudantes, o troféu que consagra estas conquistas, arrebatado, definitivamente, pelo Estado do Ceará, encontra-se no Colégio 7 de Setembro, escola que reuniu, neste período, o maior número de estudantes medalhados. Para perpetuar os feitos dos futuros participantes desse Evento, criou-se um troféu em substituição ao anterior, doado pelo Colégio 7 de Setembro, de Fortaleza, que a partir deste ano acolherá em seu pedestal os nomes dos mais destacados estudantes de Química, participantes nesse Evento. Aos novos habitantes deste Olimpo, nossas congratulações.

Saeb (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica) apresenta relatório cujos resultados são ressonantes com os nossos

          Dentre as unidades da Federação que participam da Olimpíada Brasileira de Química, RS e SC, na região Sul; MG e ES, na região Sudeste; PI, BA, CE e SE, na região Nordeste e PA, na região Norte, são os estados cujos estudantes apresentaram desempenho acima da média nacional nos mais recentes exames aplicados pelo Saeb. Coincidentemente, têm sido estes os de maior destaque neste evento. Isso valoriza sobremaneira nossas formas de avaliação, fato este enfatizado pelo Prof. Alvaro Chrispino, na página de opinião deste volume. À guisa de informação, no último Saeb, que objetiva avaliar as políticas públicas de educação dos estados, participaram 27 unidades da Federação e 360.451 estudantes.

         Finalmente, exalto a pertinácia dos que militam neste Projeto, notadamente o colega Prof. José Arimatéia Lopes e sua equipe piauiense, com determinação e competência, que mais uma vez, cuidaram, de forma prazerosa, da elaboração e da avaliação dos exames aplicados. O Prof. Dr. Everardo Matos, da UNIFOR, com desvelo, fez a escolha e realizou os testes experimentais. Agradecimentos outros ao Prof. Antônio Colaço Martins, Reitor da Universidade de Fortaleza, pela cessão de seus laboratórios, produção e edição das fitas de vídeo. À Secretaria de Cultura e Desporto do Estado do Ceará, e ao SESU/MEC pelas facilidades concedidas por ocasião da participação brasileira nos eventos internacionais e às Pró-reitorias de Extensão da U.F.C. e da UECE. Ao Prof. Geraldo Jesuíno, da U.F.C., que deu seu magistral toque de arte na confecção do novo troféu. Ao prof. Dr. João Lucas Marques Barbosa, Presidente da FUNCAP, que vem proporcionando o apoio logístico ao Evento, aos colegas Professores Cláudio Couto, do CRQ-X, Miguel Jesus Adad, do Conselho Federal de Química, e Harry Serruya, da ABQ, incentivadores desta causa, ao Prof. Pedro Leopoldino Ferreira Filho, Reitor da UFPI, que emprestou seu talento às páginas deste volume.

          Agradecimentos também aos patrocinadores e apoiadores do Evento, Grupo Saraiva/Atual, editores de primeira linha, especialmente na área de Química, a Petrobrás/LUBNOR, patrocinador desde a 1ª hora, e as escolas de ensino médio e fundamental: Colégio 7 de Setembro, Organização Educacional Farias Brito, Organização Educacional Evolutivo e Colégio Batista – do Ceará; ao Anglo Teresina e Instituto Dom Barreto, ambos do Piauí.

           Nestes tempos difíceis, a impressão deste livro-resumo é motivo de festejos, a mesma idéia inicial, o mesmo formato, a mesma essência, a mesma estrutura e, sobretudo, a mesma vontade recôndita de realizar. Dar a alma que pulsa em seu interior somente foi possível graças ao incontestável apoio daqueles que se mostraram comprometidos com a causa da educação. Dispersaram a abulia e não se deixaram vencer pela browniana situação da Terra Pátria, proporcionando a saída do prelo de mais uma edição dos Anais das Olimpíadas de Química. É o quinto exemplar desta série que, a duras penas se vem mantendo.

Fortaleza, novembro/1999                                                                                                         Sérgio Melo

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