Apostando no talento

 

 

Novo troféu para a Olimpíada Norte/Nordeste de Química

Com o objetivo de valorizar os esforços dos participantes e oferecer incentivo aos que pretendem prosseguir seus estudos na química, foi instituído um troféu no qual são gravados em sua base os nomes dos mais destacados estudantes. O primeiro troféu representativo deste evento abriga 20 nomes de estudantes, aqueles que conquistaram medalhas de ouro no período de 1995 a 1998. Portanto, a cada quatro anos um novo troféu é recriado. O segundo troféu abrangeu o período de 1999 a 2002, e neste ano, o terceiro troféu desta série é lançado, ele abre sua galeria de campeões trazendo os nomes dos cinco mais destacados estudantes da IX Olimpíada Norte/Nordeste de Química.

 

Olimpíada Brasileira de Química também com sua galeria de campeões

A exemplo da Olimpíada Norte/Nordeste de Química, a partir deste ano, estaremos perpetuando os nomes dos mais brilhantes estudantes que participaram da Olimpíada Brasileira de Química. Um belíssimo troféu concebido pelo artista plástico cearense Geraldo Jesuíno, consubstanciando idéia do coordenador-geral do Programa Nacional Olimpíadas de Química, fará justiça àqueles estudantes que conquistaram medalhas de ouro nos anos anteriores e não haviam sido homenageados. O primeiro troféu reunirá aqueles agraciados com medalhas de ouro desde o 1996 (início do evento) até o ano 2001, quando foram criados dois níveis de competição, modalidades A e B. Dois outros troféus, de semelhante concepção, foram criados para abrigar os nomes dos estudantes que conquistaram medalhas de ouro nas Modalidades A ou B da Olimpíada Brasileira de Química a partir do ano 2002, ambos completarão suas galerias de notáveis em 2005.

 

ABIQUIM se aproxima da academia

No mês de setembro, o Programa Nacional Olimpíadas de Química esteve presente no 7o. Congresso de Atuação Responsável, promovido pela Associação Brasileira da Indústria Química, na cidade de São Paulo, além de professores universitários, a indústria compareceu em larga escala.

A ABIQUIM, um dos nossos apoiadores, disponibilizou um stand para a divulgação das Olimpíadas de Química, foi um importante momento de aproximação com a indústria e a oportunidade de participar de um fórum de debates visando orientar a formação dos nossos futuros químicos dentro dos princípios do Programa Atuação ResponsávelR,  implementado no Brasil pela ABIQUIM.

 No 7o. Congresso de Atuação Responsável, professores e pesquisadores das universidades participaram de oficina específica para discutir formas mais ativas de engajamento no Atuação ResponsávelR visando aumento de segurança nas instalações laboratoriais acadêmicas e maior participação das empresas na formação dos profissionais químicos.

 

Uma intervenção maior é necessária

Tocou fundo na alma do educador brasileiro a divulgação do desempenho vexatório dos estudantes que representaram o Brasil nos exames internacionais promovidos pela OCDE. O próprio ministro da Educação, Cristovam Buarque, veio a público fazer o mea culpa do governo admitindo o fracasso das ações da política educacional levada a cabo nas últimas décadas.

Demonstrou que, a exemplo da Coréia do Sul, é possível ao longo dos próximos 30 anos, o Brasil se tornar um líder mundial em educação e alcançar crescimento no nível de emprego, nas exportações, na renda e o respeito internacional.

Inquestionavelmente, os graves problemas deste País, sobretudo na falta de domínio dos avançados conhecimentos da ciência e da tecnologia resultam da falência da educação, e se acentuam cada vez mais face ao descaso do governo pelo ensino da matemática e das ciências. Sem o domínio de tecnologias de ponta, a geração atual terá dificulRldade de acesso aos bens de consumo ou pagarão muito caro por isso. A ruptura dessa dependência passa obrigatoriamente pela educação, é necessário um esforço concentrado para recuperar as décadas perdidas. O sistema educacional não se fortalecerá se depender exclusivamente do voluntarismo dos governos e dos órgãos estatais.

A evolução tecnológica tão desejada deve estar obrigatoriamente casada com as competências humanas, este divórcio tem sido uma das causas de nossa dependência. A indústria carece de profissionais competentes capazes de responder a esses anseios, a academia é o natural fornecedor deste material humano, a ela cabe educá-los para a busca e a descoberta do conhecimento tornando-os criativos e desafiadores. Contudo, para realizar sua nobre missão, necessita de jovens talentosos e altamente vocacionados para a ciência, oferecendo-lhes oportunidades de expandir conhecimentos e de se engajar em atividades de pesquisa. O convívio com essa atmosfera proporciona uma educação voltada para o surgimento de idéias inovadoras.

Apostar já juventude, buscando nela os talentos para a indústria e a academia tem sido o objetivo perseguido pelo Programa Nacional Olimpíadas de Química. Neste mister, tem contado com o inestimável apoio do CNPq que proporcionou a realização do Curso de Aprofundamento e Excelência capacitando os mais destacados estudantes de química do ensino médio, dentre eles, os que conquistaram três medalhas de prata e uma de bronze na olimpíada realizada no México e uma medalha de bronze e duas menções honrosas naquela realizada na Grécia. Do lado da indústria, a participação da NEXEM mostrou-se altamente benéfica aos estudantes capixabas que despontaram após o apoio vindo dessa empresa. A ABICLOR, a ABIQUIM e a PETROBRAS, associadas a essa proposta, também apostam que o avanço do conhecimento passa pelos talentos da nossa juventude.

 

Sérgio Melo