Perseguindo objetivos

                 

            Transcorrido mais um ciclo de atividades das Olimpíadas de Química, é chegado o momento de olharmos o retrovisor dessa carruagem, sem perder de vista o horizonte, para uma tomada de consciência dos obstáculos transpostos e do que não se pôde realizar. O panorama retrata franco crescimento, continuamente experimentado desde os primórdios que fizeram renascer essa atividade. É-nos grato constatar que, a cada ano, um contingente cada vez maior de estudantes, com destacada participação nas Olimpíadas de Química, decidem aprofundar seus estudos nos cursos universitários de Química. Cumpre-se, pois, o objetivo primeiro desse trabalho cuja responsabilidade de conduzir nos foi cometida.

            As eficazes diretrizes traçadas nas reuniões anuais do Conselho de Coordenadores, o valoroso apoio recebido das coordenadorias estaduais e, mais recentemente, da Associação Brasileira de Química, contribuíram sobremaneira para o prodigioso quadro apontado pelo evento. A estes, creditamos o extraordinário feito, neste ano alcançado, de superar a marca de 10.000 estudantes envolvidos, neste momento ímpar, que dá início ao milênio que conduzirá estes jovens à Sociedade do Conhecimento.

 Calendário reformulado

            A sugestão de mudança no calendário de atividades, proposta da coordenadoria paulista aprovada na reunião do Conselho de Coordenadores e posta em prática a partir do corrente ano, resultou em êxito. A Olimpíada Norte/Nordeste de Química, competição regional tradicionalmente realizada no mês de setembro, foi antecipada para o mês de maio, enquanto o evento nacional foi transferido do mês de maio para o de setembro. Por ter sido bem aceita, esta nova disposição do calendário deve ser mantida, no entanto, será discutida na próxima reunião do Conselho de Coordenadores a possibilidade de antecipar a aplicação desse exame para o início do mês de setembro. Esta alteração desafogaria o trabalho da Coordenadoria Geral e sobretudo dos corretores, evitando que a atividade coincida com os preparativos e o próprio deslocamento de seus membros para a Olimpíada Ibero-americana que, de costume, ocorre nesse período.

            Também, realizou-se neste ano uma seletiva específica com o objetivo de recrutar os quatro estudantes que representaram o Brasil na VI OIAQ - Venezuela . Adotou-se esse procedimento excepcional como forma de ajuste às mudanças ocorridas no calendário.

 Nova abordagem na avaliação

            Ao discutir a avaliação, o Conselho de Coordenadores orientou para que não se fizesse da Olimpíada de Química um simples instrumento de cobrança de conhecimentos preestabelecidos, mas uma oportunidade para aferir a potencialidade dos candidatos para prosseguir, com êxito, seus estudos nos cursos de Química das universidades.

            Elaborados na UFPI, os exames da OBQ trouxeram como novidade a introdução de questões extraídas das provas utilizadas nas competições finais das olimpíadas-2000 do Canadá, Estados Unidos, Estônia e Suécia. Divulgados os resultados, observou-se que um considerável grupo de competidores alcançou 80% de aproveitamento na resolução do exame, demonstrando, assim, estar preparado para este padrão de avaliação. Contudo, os exames da ONNeQ, uma competição regional, devem manter caráter mais estimulativo e, da mesma forma, as coordenadorias permanecem com liberdade para realizar a avaliação no âmbito de seus estados segundo critérios próprios, suas possibilidades e características regionais.

Integração nacional

            Com o ingresso do Estado de Goiás nesse projeto, cuja coordenadoria estará sob a responsabilidade do Prof. Wilson Botter Jr., docente da Universidade Federal de Goiás, amplia-se o espectro de abrangência deste projeto, agora atuando nos 26 estados brasileiros. Mais recentemente, surgiu um movimento, idealizado pela Profa. Miriam Stassum , com o objetivo de realizar, anualmente, uma competição regional envolvendo os estados das regiões Sul e Sudeste. Este tema será alvo de discussão na próxima assembléia dos coordenadores estaduais e, certamente, se definirão formas de apoio para que, já no ano 2001, possamos ver materializada essa idéia.

            A ampliação desses horizontes foi possível graças ao apoio recebido das Pró-reitorias de Extensão das instituições promotoras: a UECE, por intermédio do Prof. Cândido B. C. Neto; a UFPI, representada pelo Prof. Valmir Miranda; a UFC, com o inestimável apoio do Prof. Francisco de Assis Melo Lima; e a Fundação Cearense de Amparo à Pesquisa, pela valiosa colaboração de seu presidente, Prof. Jáder Onfre de Morais. Também, renovo agradecimentos ao Prof. Geraldo Jesuíno da Costa, da Imprensa Universitária, ao Dr. Sérgio Bezerra, do CETREDE, ao Prof. José Arimatéia D. Lopes e sua equipe da Universidade Federal do Piauí, por seu contributo no processo de avaliação dos candidatos e à ABQ, por intermédio do colega Aírton Marques. Por fim, o reconhecimento aos patrocinadores, Petrobrás e Editora Saraiva e Atual aos quais creditamos parcela desse sucesso; Agradecemos, também, à CAPES, AGA, Organização Educacional Farias Brito, Colégio 7 de Setembro, Colégio Evolutivo e Instituto Dom Barreto, que proporcionaram a participação dos integrantes da delegação brasileira nas competições internacionais.

            Perseguir a consolidação do evento é uma tarefa hercúlea que requer incessante dedicação e fabulosos dispêndios mas que trará recompensas ao atingir a situação de irreversibilidade, tão comum no universo das interações moleculares.

            A travessia, conquanto penosa, requer determinação e assim deve ser encarada, pois é a única opçãopara alcançar as metas estabelecidas.

S. M. Melo

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