Mensagem do Presidente Nacional da Associação Brasileira de Química aos participantes das Olimpíadas de Química.


 OLIMPÍADAS DE QUÍMICA

Harry Serruya

              Foi muito gratificante, logo depois de ter assumido a presidência da ABQ (03/10/97), participar da Olimpíada Ibero-Americana de Química a qual contou com estudantes da Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Cuba, Espanha, México, Peru e Venezuela. Foi um espetáculo maravilhoso, pelo elevado nível das provas, pelo entrosamento harmonioso dos estudantes e dos professores das diversas nacionalidades. Não houve o menor incidente em todas as fases da competição: elaboração e discussão das questões, correção, atribuição das notas e na classificação. Isto é certamente extensivo às ONNeQ, pelo que tenho presenciado nas cerimonias de entrega de medalhas, nestes três últimos anos: uma grande festa de congraçamento dos participantes. Perfeito.

          Porém, há outras questões que gostaria de abordar:

          1. É nobre dever propiciar a essas precoces sumidades em Química encontrem abrigo na Química. Pelo menos seja dado aos alunos premiados o ideal de se tornassem profissionais da Química. Esta missão de conquistá-los, creio, deva ser principalmente dos orientadores e de todos os envolvidos nas Olimpíadas. Deve-se construir uma atmosfera envolvente para estimular o direcionamento desses jovens para a Química e demonstrar capacidade desta de realizá-los pessoal e profissionalmente.

         2. A participação dos jovens nas Olimpíadas deve ser espontânea. Tem-se que despertar o gosto pelos estudos da química. Evitar de se reproduzir o que ocorre nos vestibulares: preparam-se os jovens para sair-se bem nas provas, em detrimento não só de maior busca do conhecimento, do amor pelo saber. Admito até que haja uma preparação dos alunos, porém é recomendável que também, mas também, haja uma ação de esclarecimento para levá-los a optarem pelos cursos de química e assim evitar-se a perda de talentos em química.

         3. É pertinente a proposição aprovada pela comissão organizadora da Ibero-Americana de incluir debates sobre o ensino da química. A meu ver devem ser estendidos tais debates a todas as demais olimpíadas para que se possam analisar os programas, as técnicas de ensino e então propor-se alterações nos programas, sugerir adoção de técnicas modernas e adequadas para o aprendizado da química e aprimorar a aplicação das recomendações da IUPAQ em toda a documentação que transita nas olimpíadas.

         Para finalizar gostaria de registrar um voto de louvor ao grande realizador destes eventos, que é o Prof. Sérgio Melo, que vem realizando as olimpíadas incansável e freqüentemente com sacrifício do seu convívio familiar e dispêndio de recursos próprios. O Prof. Sérgio expressa o ideal que deve nortear as olimpíadas: a devoção à química.


* Professor da Universidade Federal do Pará  e    Coordenador das Olimpíadas de Química no Estado do Pará

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