Mensagem do Magnífico Reitor da Universidade Federal de Pernambuco

aos participantes das Olimpíadas de Química.


    

       Grandes cientistas começaram muito jovens. Isaac Newton concluiu os Principios de Filosofia Matemática, no qual encontram-se conhecidas Lei de Newton e é introduzido o cálculo diferencial antes de completar 21 anos. Aos 19 anos, Werner Heisemberg desenvolveu o formalismo da Mecânica Quântica. Nosso mestre, Ricardo Ferreira, começou a ler naturalmente a revista Nature aos 14 anos e aos 19, daqui de Recife, já havia conseguido publicar quatro trabalhos científico no exterior. Atualmente não se encontram exemplos como estes, talvez porque a ciência encontra-se mais sofisticada e atividade científica mais formalizada, nos programas de pós-graduação, que conduzem ao doutorado. Mas é inegável a necessidade de despertar nos jovens, o mais cedo possível, o interesse pelas ciências.

            O Brasil alcançou nos últimos anos uma posição entre os vinte países que mais produzem novos conhecimentos científicos. E se continuar com a atual tendência de crescimento, bem maior que aqueles à sua frente, em sete anos deverá estar entre os dez maiores. Este resultado é atribuído, em grande parte, ao sucesso da pós-graduação brasileira. Isto tem sido reconhecido pelos cientistas dos países mais desenvolvidos, convidados a avaliar os melhores programas de pós-graduação brasileiros. Mas há grandes desafios a serem enfrentados. O principal deles é fazer com que o conhecimento científico se reverta em benefícios sociais e econômicos para a nossa população. Apesar do sucesso da nossa pós-graduação, o ensino básico continua a apresentar resultados decepcionantes, bem abaixo de outros países em desenvolvimento.

            Iniciativas como as Olimpíadas de Química, assim como outras nas áreas das ciências exatas e da natureza e matemática, podem contribuir significativamente para despertar entre os jovens o interesse pelas ciências. Se há deficiência no ensino básico, elas são ainda mais acentuadas nestas áreas, para as quais é dramática a falta de professores. Louvável a iniciativa da UFC que se estendeu para o Norte/Nordeste e já alcançou abrangência nacional. Embora possam existir questionamentos quanto ao incentivo ao espírito de competição, não se pode negar o efeito positivo que as Olimpíadas exercem sobre o aprendizado dos jovens estudantes (afinal, a competição sempre foi estimulado nos esportes e tem sido responsável pelo constante aprimoramento do desempenho dos atletas em todas as modalidades).

            As Olimpíadas representam uma das formas, que associadas a outras, como, por exemplo, os museus de ciência, podem contribuir para o esforço de levar o conhecimento científico aos mais jovens, complementando a formação que eles adquirem nas escolar. Em um mundo que depende cada vez mais do conhecimento, em que novas tecnologias são introduzidas com freqüência crescente, a difusão do saber científico é indispensável ao exercício da cidadania.

 

Prof. Dr. Mozart Neves Ramos

Reitor

 


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