Depoimentos - 2004
Um marco em minha vida Minha participação nas olimpíadas de Química começou
no ano de 1995, quando participei da primeira edição da Olimpíada
Piauiense de Química. Na época eu cursava o 1º ano ensino médio, e
estava tendo meu primeiro contato com esta disciplina apaixonante que é a
Química. Não conquistei nada, é verdade, mas não me abalei. Minha paixão
pela Química aumentou ainda mais e não desisti das olimpíadas de Química.
No ano seguinte conquistei minha primeira medalha e a chance de disputar
pela primeira vez uma competição com estudantes de outros estados na
Olimpíada Norte/Nordeste de Química. No entanto, foi apenas no ano
seguinte, quando já havia adquirido conhecimentos suficientes para
disputar de igual para igual com estudantes de todo Brasil que obtive
maior destaque. Conquistei medalha de ouro na seletiva Piauiense para a
Olimpíada Brasileira de Química e pude então participar desta Olimpíada.
Na época eu não acreditava muito que pudesse ir longe. Porém, quando eu
estava no meu primeiro dia de férias em julho de 1997, recebi um
telefonema que hoje posso dizer que definitivamente mudou minha vida. Era
o professor Sérgio Melo me informando que eu estava classificado para
representar o Brasil na III Olimpíada Ibero-americana de Química. A
seguir, comunicou-me o Prof. Arimatéia que não só eu havia sido
classificado, mas também havia ficado em primeiro lugar na Olimpíada
Brasileira de Química. Era a primeira vez que um estudante do Piauí
participaria de uma olimpíada internacional de Química. Em outubro do
mesmo ano participei da III Olimpíada Ibero-americana de Química no Rio
de Janeiro. Posso dizer que foi uma excelente experiência e me abriu o
"apetite" para disputá-la novamente. No ano seguinte, disputei
novamente a Olimpíada Brasileira e mais uma vez conquistei a medalha de
ouro e participei da IV Olimpíada Ibero-americana de Química na cidade
de Bogotá na Colômbia. Desta vez, com uma maior experiência conquistei
pela primeira vez uma medalha internacional para o Piauí, a medalha de
bronze. Depois daí, infelizmente, minha participação
nas olimpíadas de Química se encerrou, mas minha participação na Química
estava apenas começando. Nos anos seguintes, apesar de estar cursando
computação fiquei trabalhando com a Química como professor. Formei-me
em computação e fiz uma tentativa frustrada de seguir adiante nesta
outra carreira ao ingressar no mestrado na UNICAMP. Depois de passar mais
de um ano lá estudando percebi que não poderia viver sem a Química.
Voltei para o Piauí com o objetivo de retomar minha antiga paixão.
Ingressei no curso de Química para logo em seguida, graças aos
conhecimentos adquiridos nas olimpíadas, ingressar diretamente no
mestrado, antes mesmo de terminar minha graduação em Química. Hoje posso dizer que as olimpíadas de Química
foram um marco em minha vida. Sinto-me bastante orgulhoso por ter aberto o
caminho para a trajetória brilhante do Piauí nas olimpíadas de Química,
sendo hoje o estado maior vencedor da Olimpíada Brasileira de Química.
Sou muito grato também ao professor José Arimatéia Dantas Lopes, por
ter sempre me incentivado e me ajudado a seguir minha verdadeira vocação
que é a Química. João Paulo Ataíde Martins Medalha de Bronze na IV Olimpíada Ibero-americana de
Química Medalha de Ouro na Olimpíada Brasileira de Química
-1997 Medalha de Ouro na Olimpíada Brasileira de Química -1998
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Rumo ao mestrado As olimpíadas foram fundamentais para que eu
tomasse uma decisão a respeito de que curso eu seguiria quando terminasse
o ensino médio. Graças ao que eu aprendi durante os anos participando na
olimpíada eu me interessei cada vez mais pela química a ponto de seguir
meus estudos na área e fazer química na UFC, curso que eu estou
terminando este ano, em vista de fazer um mestrado na área. Sérgio Xavier Barbosa Araújo Menção Honrosa na 36th International Chemistry
Olympiad Medalha de Ouro na Olimpíada Brasileira de Química -
2000 Medalha de Prata na Olimpíada Brasileira de Química –1999
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Decisão acertada Iniciei minha participação nas olimpíadas na sétima
série, por volta do ano de 1995 quando participei da Olimpíada Cearense
de Ciências. Naquela época não tínhamos muito acesso a bons livros e o
que ficou desse período foi a disciplina para o estudar e a sede de obtenção
do conhecimento. Em 1998, meu coordenador entrou na sala do
segundo ano e fez o convite para novamente participarmos das provas olímpicas,
só que dessa vez nas olimpíadas Cearense de Química e Cearense de
Biologia. Eu tentei recusar tal convite por causa das reminiscências
pouco agradáveis da outra época olímpica, entretanto, a garantia de que
poderíamos ir à biblioteca da Universidade Federal do Ceará e se tivéssemos
sorte até conhecer algum laboratório de química ou de biologia me fez
mudar de idéia. Estudamos muito e apesar de todo o esforço não
conseguimos o desempenho esperado porque muitos como eu não conseguiram
terminar a prova. Logo após o resultado da prova a promessa foi
realmente cumprida e conhecemos o laboratório de química orgânica II da
UFC. Foi fascinante ver acontecer na prática, reações químicas das
quais eu conhecia tão bem o mecanismo. A partir daí as idas ao Campus do
Pici, ficaram freqüentes tanto por causa da biblioteca quanto pela
possibilidade de observar mais uma aula prática. No ano de 2000 ingressei no curso de Licenciatura
Plena em Química na UECE, no exame de 2000.2, com isso finalmente decidi
a carreira a seguir. Incentivada pelo professor Paulo Auber Rouquayrol
prestei exame vestibular para o Bacharelado em Química em 2001 e fui
aprovada. Hoje a alegria e a satisfação que tenho na carreira que
escolhi reflete-se na monitoria de química geral e na pesquisa com
produtos naturais e polímeros. Rafaella Oliveira do Nascimento
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