Depoimentos  -  2003

 

Discurso na Solenidade de Premiação da Olimoíada Piauiense de Química - 2002

Em nome dos estudantes participantes das olimpíadas de química no Piauí, gostaria de fazer um agradecimento a todos os professores da Universidade Federal do Piauí e das escolas públicas e particulares do estado que colaboraram e colaboram para a concretização desse evento que julgo de grande importância para o incentivo à educação e à tecnologia. Em especial, citaria o nome do professor doutor José Arimatéia Dantas Lopes que iniciou esse trabalho aqui no Piauí e que contribuiu bastante para tornar o nosso estado uma referência nacional no campo das olimpíadas de química, com vitórias expressivas nas olimpíadas nacionais e internacionais. Como exemplo dessas conquistas, temos o tricampeonato consecutivo na olimpíada brasileira de química, cinco participações na olimpíada ibero-americana e duas participações na olimpíada internacional tendo obtido diversas medalhas nessas competições.

A meu ver, as olimpíadas, como um todo, podem desempenhar (e já desempenham!) um papel relevante na melhoria dos ensinos médio e superior, ao levar os estudantes a aprenderem novas técnicas, idéias e problemas, que os estimulam e os encantam. Além disso, ao incentivar o intercâmbio entre as escolas e a universidade e ao revelar talentos nas diversas áreas, as olimpíadas contribuem para o descobrimento de jovens vocacionados para o “fazer ciência e tecnologia”, o que enriquecerá, futuramente, o trabalho de ensino e pesquisa científica da universidade e levará o estado, quem sabe, a desenvolver tecnologias mais avançadas. Por isso, creio que as escolas, a universidade e também o governo estadual devem aumentar cada vez mais o incentivo à olimpíada de forma que ela cresça qualitativamente e em número de participantes.

Particularmente, eu sou extremamente grato às olimpíadas, não somente por me proporcionarem vitórias, alegrias e viagens durante a minha vida escolar, mas também por me darem o prazer de resolver problemas desafiadores, descobrir idéias e técnicas interessantíssimas e, finalmente, por fazer-me descobrir a minha vocação para o campo das ciências exatas. Gostaria de deixar o meu incentivo aos outros jovens que começaram a participar das olimpíadas e aos que já participam, para que continuem, na medida do possível, se dedicando e se esforçando, sem desânimo, rumo a conquista de mais vitórias nas olimpíadas a nível estadual, nacional e internacional, de forma a abri­lhantar cada vez mais o nosso Piauí, tornando-o sinônimo, não de analfabetismo, mas sim de jovens e professores inteligentes e dedicados. Obrigado e parabéns a todos!

 

Rafael Tajra Fonteles

Medalha de ouro na VIII Olimpíada Norte Nordeste de Química.

Medalha de ouro na Olimpíada Brasileira de Química-2002.

Medalha de Prata na 7a. Olimpíada Iberoamericana de Química.

Medalha de Bronze na 34a. Olimpíada Internacional de Química

 

*  *  * 

Paixão pela Química

 

 É engraçado olhar para o passado e lembrar de tudo de bom que aconteceu em nossa vida e entre as melhores lembranças de meus poucos vinte anos de vida estão as Olimpíadas de Química. Afinal, elas influenciaram e ainda influenciam muito do que sou e do que tenho conseguido.

Tudo começou durante a 8ª série (do atual Ensino Fundamental). A Química ainda não passava apenas de mais uma nova matéria, dentre tantas outras. Sempre gostei de desafios e quando soube a respeito de uma certa competição fiquei logo interessada.

Na minha época competíamos na fase estadual com o pessoal mais à frente (da 1ª série do Ensino Médio) e isso parecia ainda mais empolgante. Lembro-me dos estudos a finco, em busca do meu ideal. Então fiz a prova. Algumas semanas depois sairia o resultado (e eu procurava não pensar nisso). Até que um certo sábado, durante a aula, me aparece o Prof° Renato, meu querido professor de Química, gesticulando agitadamente pelo vidro da porta “Você ficou em 2°, você ganhou ouro, parabéns!!!!”  Nossa! Fiquei alegre e atônita, sem saber o que fazer.

Todas as descrições de minhas sensações em relação à 1ª olimpíada são essenciais por terem determinado todo meu fu­turo. Daí em diante não parei mais de participar: fui ouro nas piauienses seguintes, cheguei a ouro também nas Olimpíadas Norte-nordeste e Brasileira de Química, até que em 2000 fui à Ibero-americana em Caracas-Venezuela (sendo bronze). A necessidade de saber mais e mais se tornou constante.

Todas, sem exceção, me fizeram perceber que eu poderia ultrapassar meus limites, vencer. Não era fácil, nem significava vitória certa, mas possível e empolgante.

Acima de tudo aprendi a amar Química. Mas esse amor não se deveu unicamente às vitórias, nem ao desafio por si só. Antes de tudo, se deveu a todos aqueles que me apoiaram, e me guiaram tanto moralmente quanto intelectualmente. Em espe­cial aos professores, que me mostraram a importância de tudo isso que eu estava fazendo, e me apresentaram aos laboratórios, minha paixão dentro da Química. O contato com excelentes professores e o apoio dado por eles foram essenciais nesse processo. A extrapolação do conteúdo de sala, seja com novos assuntos, seja nas aulas extras de laboratório, tudo isso me fascinou e tornou a Química ainda mais fascinante.

Mas então veio novo desafio: o que escolher como profissão?

Resolvi fazer vestibular para Medicina. Com o sonho de pesquisar vacinas e remédios e tudo mais fui em frente. Passei e comecei o curso, mas vi que não conseguiria nunca me desligar de minha grande paixão. Fiz então outro vestibular, ainda para Federal do Piauí e passei a ser aluna do curso de Bacharelado em Química. Voltar a ter contato com os professores que me ajudaram nas olimpíadas foi excelente, mas precisava de mais desafios (acho que o espírito olímpico nunca sairá de mim!).

Aventurei-me a tentar entrar para o IME (Instituto Militar de Engenharia) e passei. Aqui, há dois anos básicos inicialmente para só então entrar no ciclo profissional, mas desde já me decidi qual da engenharias escolher, e mais uma vez algo de bom ficou dos meus anos de Olimpíadas: pretendo ser Engenheira Química.

Lea da Silva Veras

Medalha de Bronze na V Olimpíada Norte/Nordeste de Química

Medalha de ouro na VI Olimpíada Norte/Nordeste de Química.

Medalha de ouro na Olimpíada Brasileira de Química- 2000.

Medalha de bronze na VI Olimpíada Iberoamericana de Química.